Este projecto tem por objectivo a criação de condições para o uso público do espaço exterior adjacente ao mercado como área de lazer intimamente ligada ao rio, à vila e à várzea: uma área que se identifique com a tipologia urbana de praça, um espaço amplo percorrível que ofereça áreas sombreadas, áreas de repouso, áreas verdes, parque infantil, áreas de esplanada articuladas com os cafés integrados no edifício do mercado e espaço livre de dimensões generosas sem função pré-definida onde poderão acontecer os mais variados eventos (exposições, feiras, concertos, apresentações teatrais, etc...)

De um modo geral procurou-se  uma linguagem clara, de leitura imediata, filtrando a arquitectura de toda a sorte de acessórios que pudessem perturbar a apreensão das ideias fortes que regem formalmente o projecto. O acabamento dominante no exterior do edifício é a alvenaria de xisto clivado cinzento/ocre, no entanto considerou-se uma faixa inferior (até 2,5m – correspondente à altura dos lambris no interior) onde se empregaram outros materiais tais como o vidro, a resina fenólica com imagem de madeira identificando volumes salientes, o aço ou os perfis em vidro translúcido. Na fachada poente (frente comercial) uma pala em metal e policarbonato define a linha que divide o edifício nos dois estratos atrás mencionados, sublinhando as letras que identificam o mercado colocadas sobre um grande plano de alvenaria de xisto.
Todo o espaço exterior público é dominado pelo edifício do mercado cuja forma se assemelha a um paralelepípedo de grandes dimensões, comprido e largo.
autoria: João Ornelas
colaboração: Helena Fernandes e David Serra