Foi prevista uma solução construtiva (estrutura metálica e painéis) leve, passível de ser desmontada caso um motivo de força maior futuramente assim o determine e que apresenta um baixo custo de execução e manutenção. Foi igualmente importante a questão da integração do novo elemento no edifício existente. O edifício existente compõe-se de vários volumes que criam saliências e reentrâncias. Trata-se de uma forma aditiva na qual uma necessidade de área se traduz na adição de um volume ao contrário do que acontece em edifícios nos quais os limites são extremamente rígidos e todas as operações de organização do espaço resultam da compartimentação interior de uma forma previamente definida (um paralelepípedo por exemplo).
No conjunto de volumes que é o edifício existente o novo volume assume-se como “mais um” – facto que facilita a sua integração. A cor dominante do edifício existente é o branco embora haja também partes beiges e elementos que se destacam do conjunto e assumem cores primárias (pilares, caixilhos, canalização à vista ou volume cilíndrico que aparenta ser um termoacumulador). Dentro deste contexto a estratégia adoptada foi a de considerar o novo volume como mais um elemento a destacar do conjunto (edifício existente) que mantinha desta forma a sua integridade. Recorreu-se a uma materialidade nova (uma capa em policarbonato alveolar ondulado – com propriedades de isolamento térmico e protecção mecânica e painéis no interior que funcionam como paredes com faces exteriores cor de laranja)  para distinguir esta nova intervenção. No que respeita à forma do novo volume, procurou-se tirar partido do movimento ziguezagueante do perímetro de implantação ampliando a altura do volume ao mesmo tempo que a sua largura aumenta. Como se o dito movimento tivesse origem na porta de entrada e fosse crescendo levando o volume a extravasar ligeiramente os limites do perímetro de implantação.

Autoria: João Ornelas
Colaboração: Sandra Gachineiro